A greve dos fiscais estaduais agropecuários começa a mostrar impacto, também, na indenização dos animais positivos para brucelose e tuberculose. Em nove dias de paralisação, já são R$ 500 mil reais em recursos do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) que deixaram de ser repassados aos produtores. O valor refere-se a 253 bovinos que já foram sacrificados mas ainda não foram indenizados porque a documentação não foi encaminhada pela Secretaria da Agricultura (Seapdr) ao Ministério da Agricultura (Mapa). Os dados são do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT).
Outros 100 animais ainda não foram eliminados do rebanho gaúcho também em função da greve. O fiscal estadual agropecuário Richard Alves, diretor da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) explica que o processo de saneamento das propriedades com doenças como brucelose e tuberculose depende de uma autorização prévia para abate de animais positivos, documento que é emitido pela fiscalização agropecuária. “É um problema financeiro, mas principalmente sanitário, pois com esses animais permanecendo no campo há uma possibilidade gigantesca de disseminarem a doença para os outros animais do rebanho”, alerta o veterinário.
Nesta quinta-feira (5/12) a greve dos servidores do Estado completa dez dias. Desde terça-feira (26/11), os fiscais estaduais agropecuários estão em greve juntamente com outras categorias ligadas à Secretaria da Agricultura, entre elas os técnicos agrícolas e os analistas agropecuários e florestais, representadas pela Agefa e Assagra, além dos servidores da área administrativa e os da antiga Caixa Estadual. Também fazem parte da greve unificada servidores de outras áreas, como Saúde, Cultura e Planejamento, entre outras categorias ligadas ao Sintergs, Sindsepe e Sindicaixa. O atraso e o parcelamento dos salários há 48 meses e a falta de reposição salarial há 5 anos motivam a greve, além do pacote do governo do Estado que retira direitos e reduz indiretamente a remuneração dos servidores públicos que se juntaram ao Cpers para formar a Frente dos Servidores Públicos (FSP).
Foto: Bruna Karpinski