Inspetorias poderão ficar sem auxiliares administrativos terceirizados

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Cerca de 140 auxiliares administrativos contratados de forma emergencial pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) estão trabalhando sem receber vale-transporte e vale-refeição. Não há previsão de regularizarem a situação. Os trabalhadores temem que a partir de novembro ficarão, também, sem receber os salários.

“Estamos há três semanas prestando serviço sem receber benefícios de vale-transporte e alimentação. O mesmo ocorreu em dezembro de 2022 e janeiro de 2023, valores que não foram pagos até hoje. Esses atrasos, tanto de vales quanto de salário, se repetem todo o mês”, relata um dos auxiliares administrativos. Diante da falta de informação, os profissionais devem suspender as atividades a partir de 1º de novembro.

Outro trabalhador detalha que a mesma empresa deve 15 dias de benefícios referentes a janeiro e fevereiro deste ano, período em que estava no primeiro contrato emergencial de seis meses. Além disso, denuncia que ainda não recebeu 55% do valor da rescisão contratual referente à empresa anterior. “Me sinto com as mãos atadas porque estou pagando para trabalhar e a secretaria não consegue resolver o meu problema”, relata, informando que entrou com processo na Justiça para reivindicar o valor não recebido da empresa anterior.

“O Estado até agora não nos deu nenhum pronunciamento oficial sobre a situação. Estamos sem saber ao certo o que está acontecendo”, reclama um terceiro trabalhador.

Situação atinge fiscalização agropecuária

Os fiscais estaduais agropecuários temem o impacto desta situação no serviço oficial. As tarefas realizadas pelos terceirizados de nível médio são de fundamental importância para a execução das ações da fiscalização agropecuária. São estes trabalhadores que atendem aos produtores nas inspetorias de defesa agropecuária de todo o Estado e lançam dados importantes no Sistema de Defesa Agropecuária (SDA).

Este apoio administrativo garante que os fiscais possam ir a campo realizar as atividades de mitigação de risco para manutenção dos status sanitários conquistados e a vigilância ostensiva na prevenção contra a influenza aviária, bem como as fiscalizações e supervisões nas plantas frigoríficas. Sem os auxiliares administrativos, os servidores da fiscalização agropecuária terão suas atividades de rotina comprometidas.

Para executá-las sem o trabalho dos auxiliares administrativos, os servidores precisarão fechar as portas das inspetorias de defesa agropecuária. O atendimento aos produtores para realização da declaração anual de rebanho, que vai até o dia 31 de outubro, também fica comprometido com a falta dos auxiliares administrativos.

Foto: Arquivo/Afagro

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